Como de costume, e para quebrar paradigmas no Vale do Rio Grande, todas as edições deste projeto foram comprometidas e executadas de forma sustentável, esta grande miscelânea cultural vem promovendo intercâmbio cultural na região, e o mais importante, tendo como protagonista os indivíduos das comunas receptoras, afinal, este é o objetivo maior, senão, para que lutar com um ideal, só para dizer, sou produtor. NÃO, sei que não posso mudar o mundo, mas levantarei a bandeira de idealismo para primeiro influenciar, e assim, mesmo não sendo eu o executor de outros projetos, digamos, copiados, ainda assim estarei muito feliz, pois o que estamos fazendo esta refletindo, e quem ganha é a comunidade, em especial, as crianças, afinal nelas está o futuro.
Chegar na quinta edição de um projeto independente não é fácil, todos vocês sabem, mais ainda os que acompanharam de perto todas as lutas que travamos, a falta de grana, boicotes gerados por “egonóias”, entre outros obstáculos que conseguimos superar. Trouxemos além do protagonismo coletivo, debates de idéias, discutimos a cultura digital, o movimento negro no Brasil, os movimentos de coletivos e das produções independentes em São Paulo. Fizemos atividades lúdicas, oficinas de HQ’s, Stop Motion, e ainda, desenvolvemos a Primeira Mostra de Curtas, Premio de Fotografia e, também, a primeira Jornada fotográfica, tudo isso aqui, no antigo “sertão da farinha podre”.
Toda história de conquista, vem acompanhada de diversas dificuldades, não foi diferente com este ideal, e como todos dizem, são elas que nos permitem sonhar, é na adversidade que criamos oportunidades, no caos abrimos nossos canais mais criativos, basta olhar para tudo com clareza, mesmo que a rebeldia tome conta do seu coração, e por um tempo ela tomou conta do meu.
“Os verdadeiros guerrilheiros não se enfeitam pela superfície, e sim, na alma”.
Nesta quinta edição, não vamos deixar de exercer nosso papel de multiplicadores da “revolução cultural” vamos estender nossos laços, apertar a mão do “inimigo”, debater crowdfounding, dançar para os orixás, meditar em um templo piramidal, ver o pôr-do-sol, vamos falar com pacha mama e absorver todas as camadas mais sensíveis do contato com a natureza, exatamente neste momento de transição, de mitos e bombas, entre Feliciano’s da vida que acham o que fazemos coisa do diabo, enquanto o Brasil segue colonizado pela enganação do futebol, e com um olhar macro, olho para aquele teatro de arena, no meu pequeno “arraial do cervo” tento entender o abandono desde muito tempo, mas não deixo de lado meu manual de bolso, a constituinte de 1988, e principalmente, não deixo de vez ou outra, meditar no palco das minhas orações, em noites de lua cheia.
Vou delineando este esboço, para agradecer a todos, que direta ou indiretamente, também fazem parte deste sonho, deste ideal.
Gratidão Sempre!
Ernani
Art. 215 – O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.